segunda-feira, dezembro 21, 2009

Gente? O que é gente?

Você não presta, não te vejo como ser humano, não aceito seu salvador, mas quando você morrer, quero seus órgãos...

Israel has admitted that in the 1990s, its forensic pathologists harvested organs from dead bodies, including Palestinians, without permission of their families.

The issue emerged with publication of an interview with the then-head of Israel's Abu Kabir forensic institute, Dr. Jehuda Hiss. The interview was conducted in 2000 by an American academic, who released it because of a huge controversy last summer over an allegation by a Swedish newspaper that Israel was killing Palestinians in order to harvest their organs. Israel hotly denied the charge.

Parts of the interview were broadcast on Israel's Channel 2 TV over the weekend. In it, Hiss said, "We started to harvest corneas ... Whatever was done was highly informal. No permission was asked from the family."

The Channel 2 report said that in the 1990s, forensic specialists at Abu Kabir harvested skin, corneas, heart valves and bones from the bodies of Israeli soldiers, Israeli citizens, Palestinians and foreign workers, often without permission from relatives.

In a response to the TV report, the Israeli military confirmed that the practice took place. "This activity ended a decade ago and does not happen any longer," the military said in a statement quoted by Channel 2.

In the interview, Hiss described how his doctors would mask the removal of corneas from bodies. "We'd glue the eyelid shut," he said. "We wouldn't take corneas from families we knew would open the eyelids."

Many of the details in the interview first came to light in 2004, when Hiss was dismissed as head of the forensic institute because of irregularities over use of organs there. Israel's attorney general dropped criminal charges against him, and Hiss still works as chief pathologist at the institute. He had no comment on the TV report.

Hiss became director of the institute in 1988. He said in the interview that the practice of harvesting organs without permission began in the "early 1990s." However, he also said that military surgeons removed a thin layer of skin from bodies as early as 1987 to treat burn victims. Hiss said he believed that was done with family consent. The harvesting ended in 2000, he said.

Complaints against the institute, where autopsies of dead bodies are performed, at the time of Hiss' dismissal came from relatives of Israeli soldiers and civilians as well as Palestinians. The bodies belonged to people who died from various causes, including diseases, accidents and Israeli-Palestinian violence, but there has been no evidence to back up the claim in the Swedish newspaper Aftonbladet that Israeli soldiers killed Palestinians for their organs. Angry Israeli officials called the report "anti-Semitic."

The academic, Nancy Scheper-Hughes, a professor of anthropology at the University of California-Berkeley, said she decided to make the interview public in the wake of the Aftonbladet controversy, which raised diplomatic tensions between Israel and Sweden and prompted Sweden's foreign minister to call off a visit to the Jewish state.

Scheper-Hughes said that while Palestinians were "by a long shot" not the only ones affected by the practice in the 1990s, she felt the interview must be made public now because "the symbolism, you know, of taking skin of the population considered to be the enemy, (is) something, just in terms of its symbolic weight, that has to be reconsidered."

While insisting that all organ harvesting was done with permission, Israel's Health Ministry told Channel 2, "The guidelines at that time were not clear." It added, "For the last 10 years, Abu Kabir has been working according to ethics and Jewish law."

sábado, dezembro 12, 2009

O Pablo, o bongô e a cueca

O morador do quarto andar toca bongô. O fato de ele tocar bongô não é estranho. Estranho é o fato dele tocar bongô de madrugada. Parece um terreiro de candomblé. Nada contra candomblé, mas terreiro num prédio é completamente fora dos padrões atuais! Ou estou desatualizada?

Sei que o apartamento dele tem as mesmas (minúsculas) dimensões do meu (quarto/sala/cozinha/banheiro). Só atende às necessidades de, NO MÁXIMO, duas pessoas. Quando muito três, e esta terceira tem que dormir na sala. E é o que acontece quando recebemos visitas.

É difícil dormir aqui porque somos vizinhos da 23 de Maio e nosso quarto tem janela anti-ruído, logo, se algum morador fizer um barulho muito alto no seu apartamento, você ouve o barulho quadruplicado dentro do quarto. Na verdade, parece que você está dormindo dentro de uma caixa acústica.

Mas, voltando...

Então. O Pablo toca bongô de madrugada.

O Pablo toca bongô de madrugada durante a semana!

Bom, da primeira vez, era um barulho chato, um falatório. Interfonei na portaria:

- oi, Manuel, está tendo festa no prédio?

- tá sim, dona Luciana.

- então, você pode pedir pra que façam menos barulho?

- sim, dona Luciana.

Certa de que iriam respeitar as regras de todo e qualquer condomínio, voltei pra cama e fui tentar dormir.

Daqui a pouco... TUM TUM TUM TUM TUM!!!!

Sentei na cama e meu cabelo vibrava! O meu cabelo vibrava! Sentia-me como no desenho do Pica-pau com a porra da torneira que não fecha, que na verdade fecha, mas pinga, incessantemente, e ele quase morre, num surto de loucura, quase roxo de tanto sono, embriagado de tanto barulho, que no começo parece um tim tim tim discreto e depois começa a fazer tom tom tom e em seguida passa pra um TUM TUM TUM impossível de ser tolerado, até mesmo pra quem toma remédio tarja preta pra poder dormir. Parece que tem uma fanfarra na sua casa. Senti-me assim.

- Meu, não é possível! Este cara vive do quê? Será que ele não tem que acordar cedo? Será que toca em festa rave e tá ensaiando? Meu, que horror!

Liguei de novo pra portaria:

- Manuel, o que tá acontecendo? Onde é essa festa?

- É na casa do Pablo, dona Luciana.

- Então, quantas pessoas estão na casa do Pablo?

- Ah, umas 30...

TRINTA??? 30 pessoas dentro de um apartamento quarto e sala? TRINTA? Surtei! TRINTA??? Desliguei indignada. Vou chamar a polícia se esta merda de barulho não parar, eu tenho que fechar uma revista amanhã, porraaa!!!

Meu, foi revoltante.

Mas o Manuel, grande salvador da noite que foi, conseguiu impedir que eu chamasse a polícia e transformasse o prédio no treme-treme da Paim, pedindo pelamordedeus pra que o Pablo parasse de tocar bongô.

Passou uma semana. Quarta-feira, novamente.

Falatório, pessoas com bolas de ferro amarradas ao tornozelo, de tanto barulho que faziam, desta vez uma música trance, até que legal, mas pra quem tá numa festa, claro, não pra quem tá com a cabeça cheia de barbitúricos, tentando dormir.

- Não dá, eu vou ver onde é esse barulho.

Levantei, coloquei o vestido e fui zanzar nos corredores do prédio feito uma doente. Até aqui, eu não sei em qual andar o Pablo mora, porque eu nunca me interessei em saber o nome dos moradores, na verdade eu nem tenho tempo pra isso.

Cheguei no quarto andar. Um cartaz com uns dizeres malucos escritos com uma tinta fosforescente, uma luz vermelha na porta do 44 e um cheiro de canabis no corredor. Pensei: só pode ser aqui! Mas o barulho não vinha do 44 e sim do 41 que tem a mesma dimensão do meu. Bom, na hora constatei que no 4º andar só tem DJ de rave, não é possível!

Reclamei, desta vez o Pablo tinha recebido SÓ dez pessoas na casa dele. UFA! Coitado do apartamento!

Mas é claro que teve uma repercussão. No dia seguinte reclamei pro zelador e o mesmo me disse que a síndica também ouve os barulhos do 4º andar, mas os mesmos não a incomodam. Meu, a mulher é SÍNDICA! Porra, quem votou nessa infeliz?

O Pablo é um ser estranho. Ou os amigos dele, não sei. Só sei que no dia seguinte havia garrafa PET e latinhas de cerveja (cerveja ruim, diga-se de passagem) tudo esparramado no jardim ao lado do prédio. Ah claro, e na marquise do prédio havia uma CUECA. Sim, uma cueca. O Pablo ou um dos convidados lunáticos dele perdeu uma cueca!

Eu não consigo me imaginar no dia seguinte, pós-balada, percebendo que perdi a calcinha. Pra um homem então, é muito mais difícil perder a cueca, penso eu, afinal, pouquíssimos usam saia, uma cueca não escorrega (simplesmente) pelas pernas e cai pela janela como se fosse uma caneta de padeiro presa à orelha!

Não demorou muito e o Pablo tomou uma multa. Bom, pelo menos eu acho que ele tomou, porque ele interfonou de apartamento em apartamento dizendo que ele não fazia barulho e quando meu marido foi argumentar dizendo que o som estava muito alto o Pablo disse:

- mas eu coloquei a caixa de som em cima da TV!

Muito bem, Pablo. Vou te explicar uma coisa. Não importa o volume da música quando você muda a caixa de som do lugar, ou seja, isso nem "inflói" nem "contribói" pra diminuir o som. Aliás, eu queria entender seu raciocínio: coloquei a caixa de som em cima da TV ...

É, não sei, talvez você precise desenhar...

Haja barbitúrico...

E o lazarento do Pablo continua com o seu bongô, que eu torço pra que perca o couro, toda santa noite...

Amigo secreto no trabalho

Não existe mais amigo secreto no papelzinho. Atualmente existem sites onde vc cadastra todo o pessoal e faz o sorteio on line, troca mensagens on line, troca dicas de presentes, enfim, tudo o que você fazia com papéis, e que era muito mais divertido, agora você faz on line. Era digital.

Enfim...

Quando você for convidado para participar do amigo secreto on line e no site tiver a opção enviar recado anônimo PARA TODOS, resista à tentação e NÃO xingue o presidente da empresa. Isto não é de bom tom e você pode perder seu emprego.

Ou melhor: não xingue NINGUÉM. Você pode e vai acabar com a brincadeira de todo mundo, zoar o clima de festa e deixar todos com cara de bunda. E se te pegarem pelo IP você pode ser demitido por justa causa.

Não utilize este recurso pra dizer para a secretária da diretoria que ela é gostosa. Chame-a para sair, muito discretamente, e seja educado. Nada de usar uma porcaria de recurso infantil como este para se esconder. Seja homem, não garoto pré-adolescente.

RESUMINDO: Não utilize este recurso. Envie bilhetes anônimos somente para seu amigo secreto, e seja educado, mais cedo ou mais tarde, ele vai descobrir quem você é e se você usar palavras difíceis de serem contornadas, invista alto, muito alto no presente. Quanto maior o grau de dificuldade, mais caro deve ser o presente. Estou te avisando.

Colabore para um ambiente de trabalho mais saudável, seja menos rancoroso e mais honesto. Assim, você não vai precisa usar recursos como este e estragar a brincadeira dos outros.